terça-feira, 8 de junho de 2010

Técnicas de coleta em paleontologia

Para a realização das técnicas de coleta, é necessário metodologia, um conjunto de materiais, ferramentas e procedimentos, descritos a seguir.
A metodologia de trabalho do paleontólogo depende do material que será utilizado nos seus estudos, no entanto qualquer que seja o material requer um trabalho rigoroso e meticuloso, pautado por critérios científicos bem definidos, com o objetivo último de recuperar o máximo de informação possível. Um dos desafios do paleontólogo ao encontrar um fóssil é a sua retirada do campo e a preparação no laboratório. Apesar de a metodologia de trabalho do paleontólogo variar de caso para caso.
São variados os procedimentos para encontrar e para retirar o fóssil da rocha ou sedimento. As técnicas depende do objetivo do pesquisador, do tempo disponível, do local e da natureza do sedimento. É indispensável documentar e fotografar o local do fóssil. Pode-se usar um GPS para identificar as coordenadas geográficas do local. Fazer medições, para estabelecer a concentração de fósseis no afloramento. Após a coleta é preciso sempre visitar o local, pois a erosão pode expor um novo fóssil futuramente ou deve-se começar um processo de escavação sistemático. Se o fóssil for pequeno, enrolar bem o fóssil com fita de caixa, já é o suficiente para o transporte. Mas, dependendo do local e de outras condições é necessário fazer grande parte do trabalho de laboratório no local. Todas as informações do sítio devem ser devidamente documentas, fotografado e mapeado. Às vezes é necessário engessar o bloco para ser transportado. A coleta ou escavação, é feito removendo-se o material por cima e entorno. Deve-se preparar o material para o transporte até o laboratório de paleontologia. Antigamente era feitos desenhos de todo o processo de escavação, para documentar a posição dos ossos,na atualidade usam-se câmaras fotográficas digitais com grande resolução gráfica, também o uso de um laptop, em campo pode ser muito útil, para coletar as fotos e analisadas no próprio local.
A preparação química, mecânica ou as duas são procedimentos necessários, pois os fósseis podem estar total ou parcialmente envolvidos nos sedimentos e todo cuidado é pouco: é preciso controlar o tempo de desgaste com brocas e também o tempo em que eles ficam no ácido e qualquer vacilação pode pôr tudo a perder. A preparação mecânica implica o uso de martelos, talhadeiras, brocas (como as dos dentistas), vibradores tanto para desgastar quanto para provocar vibrações, além de aparelhos que expelem jatos de areia e limpam sem desfigurar a anatomia do fóssil e, ainda, aparelhos de ultra-sonografia. Já a preparação química requer ácidos. Para fósseis constituídos de sílica ou fosfato, por exemplo, utiliza-se o ácido acético. Outros são preparados só com água oxigenada.
Após o material chegar ao laboratório começa a fase mais demorada de todo o trabalho, dependendo do fóssil e suas características pode haver vários procedimentos a serem seguidos O fato de o material estar no laboratório, permite que a remoção da terra possa ser feita lentamente e com mais cuidado do que em campo, acarretando menos dados ao fóssil. É feito o uso constante de fotografia durante a remoção da terra, pra documentação da posição dos ossos. Usa se espátulas para remover a terra e em alguns casos brocas de diamante, do mesmo tipo usado por dentistas, para remover restos de concreto. Também pode haver a quebra de ossos durante a remoção, o que requer o uso de cola. Para fichar o fóssil durante o processo de colagem, usa-se massa de modelar.
Usa-se uma caixa com areia para colocar-se os ossos, conforme são removidos do local onde estão e colocando-os em uma posição correspondente na caixa. Também pode se fazer um molde do fóssil, para ser posto em um museu mostrando a posição dos ossos conforme ele estava enterrado.
Muitas vezes quando falta um pedaço do fóssil, usa-se um complemento feito de durapox.
Dependendo do estado de conservação do fóssil pode ser necessário o uso de fixadores para preservar-lo.
Deve-se fazer o máximo para preservar o fóssil, por isso são feito cópias do fóssil.
Fonte: Paleontologia. Ismar de Souza Carvalho

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