sexta-feira, 25 de junho de 2010

Diário de Bordo - Aula de Campo Morro do Chapéu


Nossa aula de campo teve inicio dia 03 de Junho de 2010, viajamos para a cidade de Morro do Chapéu, situada na região da Chapada Diamantina, cidade que apresenta muitas riquezas naturais cavernas e por isso uma grande potencialidade fossilífera. A cidade, a 1012 m de altitude, oferece um clima dos mais agradáveis, com uma média anual de temperatura em torno de 20ºC. Aula de campo dos alunos do IV semestre de Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, realizada pela disciplina Paleontologia, ministrada pela professora Rita Barreto.
O horário de saída foi marcada para 04h00min mas saímos umas 04h30min, o ponto de saída foi e chegamos a Pousada Ecológica das Bromélias depois de 09h00min de relógio, assim que chegamos fomos avisar na pousada e em seguida fomos para o Morrão, grande elevação que fica à cerca de 8km da cidade de Morro do Chapéu, com uma altitude de 1.293m. Tem um formato de chpaeu daí o nome Morro do Chapéu. O Morrão é uma área que apresenta uma grande variedade de bromélias e orquídeas, típicas de vegetação rupestres arbustiva. A formação Morro do chapéu se deu a partir de uma queda relativa do nível do mar que expôs a plataforma onde havia se depositado a formação cabocla.
Depois de tudo dito pelo guia anotamos as informações importantes no alto do Morrão, Depois fomos para o Buraco do “Possidônio”, Descoberto na década de trinta, o Buraco do Possidônio é uma grande dolina de colapso, com um contorno meio cilíndrico e com cerca de 150 metros de diâmetro por 70 metros de profundidade. a origem da dolina, que é desenvolvida em siltitos, está relacionada à presença de rochas calcárias subjacentes, passíveis de sofrerem dissolução, o que provocou o desmoronamento das camadas superiores, caracterizando-a como um dolina. Foi observado em campo um grande contraste entre a vegetação de semi-árido na superfície e a que ocorre em seu interior, onde há árvores de grande porte.
Após o término das observações, retornamos para Pousada Ecológica das Bromélias. Após o banho, e jantar começamos a preparar a apresentação dos seminários para apresentar no dia seguinte.
No dia seguinte (04/06) depois do café da manhã fomos para a Gruta Cristal I, localizada na Fazenda Cristal Boa vista, 37Km a sudoeste de Morro do Chapéu, esta gruta apresenta grande concentração fósseis.
Ela foi o local de coleta das amostras para os estudos. Após as coletas dos grupos, as observações foram anotadas, tais como a caracterização do tipo de formação geológica que atuou naquela região, a Formação Caboclo, que caracteriza-se principalmente pelas inter-relações entre as variações do nível do mar e deposição de diferentes estratos.
Depois desse local de coleta fomos para a Fazenda Arrecife, situada na zona rural do municio de Várzea Nova, trata-se de um afloramento de estromatólitos, pertencentes à formação geológica salitre,em excelente estado de conservação e de interesse cientifico peculiar para a compreensão da geologia e paleontologia desse período geológico. Na Fazenda Arrecife existem dois tipos de estromatólitos carbonáticos pertecentes a dois grupos taxonômicos. No primeiro tipo, os estromatólitos são maiores e formam bioermas (litoermas). No segundo tipo os estromatólitos colunares encontrados são menores e não formam bioermas ou bioestromas.
Passamos após a Fazenda do Arrecife na Toca de ossos para observarmos o local, local onde a professora também foi pela primeira vez, coletamos algumas amostras e seguimos de volta para a pousada, onde apresentamos os seminários e arrumamos os materiais coletados, para estudarmos ao chegar em Jequié.
O terceiro dia (05/06 - sábado) visitamos logo cedo a cachoeira do Ferro Doido. O termo “Ferro Doido” foi criado por garimpeiros de diamantes para indicar a dificuldade de trabalhar na área face à presença de grandes blocos de arenito sobre o cascalho. Situando-se a cerca de 500 metros da BA – 052, oferece um espetáculo de rara beleza em um vale com desnível de cerca de 80 metros. Iniciando em um pequeno afloramento em relevo sobre o acostamento direito (lado Norte), diretamente sobre os metassedimentos da Formação Caboclo. A partir daí observam-se afloramentos contínuos no leito do rio Ferro Doido, próximo de 1,5 Km para Oeste, no sentido da cidade de Morro do Chapéu. Descendo o rio Ferro Doido por cerca de 400 metros, alcança-se a bela cachoeira, com sua água avermelhada, rica em ferro, que oferece aos visitantes, um magnífico espetáculo quando o rio está cheio. A queda d` água é através dos paredões de quartzitos da Formação Morro do Chapéu, com camadas suborizontais.
Depois fomos para a Gruta dos Brejões cerca de 300m a noroeste da vila Brejão da Gruta, parte de uma Área de Proteção Ambiental com mais de 11900 ha localizando-se entre os municípios de São Gabriel, João Dourado e Morro do Chapéu, tendo aos seus pés o Rio Jacaré, que desaparece próximo da gruta e só e visto novamente no seu interior. A Gruta dos Brejões apresenta grande importância espeleológica, com varias formações tanto de estalactites quanto de estalagmites, além de colunas e o tão famosos bolo de noiva principal atrativo turístico. Além da rica espeleologia, a Gruta também abriga em seus salões grandes tesouros paleontológicos, com exemplares de preguiça gigante, aves e repteis já catalogados, e ainda salões com evidências fósseis que ainda encontram-se intocados, escondidas sob as placas laminadas de calcário desprendidas do teto da caverna. Apesar do acesso um pouco difícil, a gruta dos Brejões proporcionou um dos visuais mais lindos e marcantes da viagem a Morro do Chapéu, por contrastar beleza com extrema pobreza e abandono do poder público com a população quilombola que habita esta área.
Voltamos para a Pousada onde apresentamos a amostragem de fotos tiradas pelos grupos.
O dia 06/06, foi o ultimo dia da viagem, arrumamos as bagagens no micro-ônibus, e logo em seguida fomos observar pinturas rupestres na Cidade das Pedras, ou próximo desta localidade, lá encontramos desenhos de animais em seu ambiente natural, macacos, lagartos em associação com arbustos e pedras. As pinturas dessa região são em sua maioria monocromática de tonalidade avermelhada, por conta da mistura que era utilizada para compor a tinta, substratos ricos em ferro, deram o tom característico a estes desenhos.
Logo depois fomos para a Cidade Ventura, local que foi o maior centro extrativista de diamantes da região, no início do século 20. Um belo sobrado, a capela de Nossa Senhora da Conceição e um casario colonial são algumas coisas que restou dessa época. Este local foi escolhido para realização do amigo ecológico entre os alunos, brincadeira que acontece sempre na viagem da disciplina para Morro do Chapéu.
Pegamos estrada em direção a Jequié, após outras nove horas de viagem chegamos ao nosso destino.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Estromatolitos: Conceito, Importância e Aplicação


Fonte: http://ig.unb.br

Um estromatólito é uma rocha formada por tapete de calcário produzido por micróbios no fundo de mares rasos, que se acumula até formar uma espécie de recife, os estromatólitos, não são as próprias bactérias mas resultam da ação delas. Assim os Estromatólitos são estruturas biohermas decimétricas a métricas, carbonáticas, com formas geralmente colunares finamente laminadas, construídas por ação dessas bactérias em mares rasos e quentes.
Eles são a evidência mais antiga da vida que se conhece na Terra. São organismos que mantiveram a sua linha evolutiva sendo também os primeiros recicladores de carbono. Foram os primeiros produtores de oxigénio e formadores de zonas de recifes. As cianobactérias que participavam na construção dos estromatólitos, foram possivelmente responsáveis pela geração de parte do oxigénio da atmosfera primitiva terrestre, realizando a fotossíntese e fornecendo a energia e o carbono, directa ou indirectamente, para uma vasta comunidade de seres vivos, sendo a forma de vida dominante por mais de 2 mil milhões de anos.Possivelmente, foram os responsáveis pelo acúmulo de O2 na atmosfera primitiva, o que possibilitou o aparecimento da camada de Ozônio (O3), que retém parte da radiação ultra-violeta, permitindo a evolução de organismos mais sensíveis à radiação UV. As cianofíceas são pouco sensíveis a esta radiação, possuindo um sistema de reparo do material genético.
Além de sua importância científica para o estudo de ambientes do passado da Terra, isso tem importância por sua raridade e singularidade e, também, por se constituírem em verdadeiras florestas aquáticas com a geração de O2 e o mecanismo de sequestro de carbono, num momento em que todos se voltam para soluções que revertam à possível ação humana na mudança climática global.

Técnicas de coleta em paleontologia

Para a realização das técnicas de coleta, é necessário metodologia, um conjunto de materiais, ferramentas e procedimentos, descritos a seguir.
A metodologia de trabalho do paleontólogo depende do material que será utilizado nos seus estudos, no entanto qualquer que seja o material requer um trabalho rigoroso e meticuloso, pautado por critérios científicos bem definidos, com o objetivo último de recuperar o máximo de informação possível. Um dos desafios do paleontólogo ao encontrar um fóssil é a sua retirada do campo e a preparação no laboratório. Apesar de a metodologia de trabalho do paleontólogo variar de caso para caso.
São variados os procedimentos para encontrar e para retirar o fóssil da rocha ou sedimento. As técnicas depende do objetivo do pesquisador, do tempo disponível, do local e da natureza do sedimento. É indispensável documentar e fotografar o local do fóssil. Pode-se usar um GPS para identificar as coordenadas geográficas do local. Fazer medições, para estabelecer a concentração de fósseis no afloramento. Após a coleta é preciso sempre visitar o local, pois a erosão pode expor um novo fóssil futuramente ou deve-se começar um processo de escavação sistemático. Se o fóssil for pequeno, enrolar bem o fóssil com fita de caixa, já é o suficiente para o transporte. Mas, dependendo do local e de outras condições é necessário fazer grande parte do trabalho de laboratório no local. Todas as informações do sítio devem ser devidamente documentas, fotografado e mapeado. Às vezes é necessário engessar o bloco para ser transportado. A coleta ou escavação, é feito removendo-se o material por cima e entorno. Deve-se preparar o material para o transporte até o laboratório de paleontologia. Antigamente era feitos desenhos de todo o processo de escavação, para documentar a posição dos ossos,na atualidade usam-se câmaras fotográficas digitais com grande resolução gráfica, também o uso de um laptop, em campo pode ser muito útil, para coletar as fotos e analisadas no próprio local.
A preparação química, mecânica ou as duas são procedimentos necessários, pois os fósseis podem estar total ou parcialmente envolvidos nos sedimentos e todo cuidado é pouco: é preciso controlar o tempo de desgaste com brocas e também o tempo em que eles ficam no ácido e qualquer vacilação pode pôr tudo a perder. A preparação mecânica implica o uso de martelos, talhadeiras, brocas (como as dos dentistas), vibradores tanto para desgastar quanto para provocar vibrações, além de aparelhos que expelem jatos de areia e limpam sem desfigurar a anatomia do fóssil e, ainda, aparelhos de ultra-sonografia. Já a preparação química requer ácidos. Para fósseis constituídos de sílica ou fosfato, por exemplo, utiliza-se o ácido acético. Outros são preparados só com água oxigenada.
Após o material chegar ao laboratório começa a fase mais demorada de todo o trabalho, dependendo do fóssil e suas características pode haver vários procedimentos a serem seguidos O fato de o material estar no laboratório, permite que a remoção da terra possa ser feita lentamente e com mais cuidado do que em campo, acarretando menos dados ao fóssil. É feito o uso constante de fotografia durante a remoção da terra, pra documentação da posição dos ossos. Usa se espátulas para remover a terra e em alguns casos brocas de diamante, do mesmo tipo usado por dentistas, para remover restos de concreto. Também pode haver a quebra de ossos durante a remoção, o que requer o uso de cola. Para fichar o fóssil durante o processo de colagem, usa-se massa de modelar.
Usa-se uma caixa com areia para colocar-se os ossos, conforme são removidos do local onde estão e colocando-os em uma posição correspondente na caixa. Também pode se fazer um molde do fóssil, para ser posto em um museu mostrando a posição dos ossos conforme ele estava enterrado.
Muitas vezes quando falta um pedaço do fóssil, usa-se um complemento feito de durapox.
Dependendo do estado de conservação do fóssil pode ser necessário o uso de fixadores para preservar-lo.
Deve-se fazer o máximo para preservar o fóssil, por isso são feito cópias do fóssil.
Fonte: Paleontologia. Ismar de Souza Carvalho

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Multicelularidade, Ediacara-Burgess, Elementos Fundamentais para História Evolutiva



A origem da Vida parece ter ocorrido há cerca de 3400 M.a., quando o nosso planeta já teria 1000 ou 1500 M.a. de idade. O desenvolvimento da multicelularidade consiste na presença obrigatória de células eucarióticas. A presença da arquitetura multicelular da vida animal ocorreram em um período, que começa há menos de 600 milhões de anos e termina cerca de 530 milhões de anos atrás. A primeira fauna, batizada de Ediacara consiste em folhas altamente achatadas, lâminas e pequenos círculos agrupados. Ela apresenta organismos com partes moles. A Ediacara foi uma antecedência importante para nossa fauna cambriana mais bem preservada Burgess, que surgiu com a explosão cambriana, durante a qual quase todos os modernos filos da vida animal fizeram sua primeira aparição no registro fóssil, os organismos apresentavam partes duras, por isso forão bem preservados, colaborando para a construção da história evolutiva.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Curiosidades da Paleontologia - Fósseis de Dinossauro de mais de 120 milhões de anos





Em 2008 segundo a BBC Brasil foram descobertos, por paleontólogos espanhóis, restos de um dinossauro que pode ter mais de 120 milhões de anos, o chamado saurópode , provavelmente teria mais de 25 metros de cumprimento e teria pesado mais de 40 toneladas.
Os ossos do dinossauro foi encontrado praticamente intactos. A descoberta aconteceu em Morella, na província de Castellón, no leste da Espanha. Ele seria da era Cretácea, que sucedeu o período Jurássico. No final do Cretáceo, há 65 milhões de anos, os dinossauros entraram em extinção.
É importante ressaltar que uma descoberta do período Cretáceo é pouco comum e rara.

sábado, 1 de maio de 2010

A disciplina Paleontologia

A paleonto é uma disciplina multidisciplinar por natureza, ela atua em diversas áreas como:biologia a zoologia,botânica,geologia entre outros. Isto porque esta ciência não só estuda os fósseis, mas também seus vestígios contidos nas rochas sedimentares e metas sedimentares, além de suas implicações estratigráficas e geohistóricas.

sábado, 27 de março de 2010

Paleontologia, Uma Ciência Para Todos

A Paleontologia desempenha um papel importante nos dias de hoje, não podendo mais ser encarada como uma ciência hermética, restrita aos cientistas e universidades, já que todos interessam pela história da Terra e de seus habitantes durante o passado geológico, para conhecerem melhor suas origens.